18 de jun. de 2013

A Metamorfose


A Metamorfose

Franz Kafka

Pós- modernidade


Pós-modernidade ou Pós-modernismo é a condição sócio cultural e estética que prevalece sobre os conceitos predominantes à era moderna, contrastando-a e dando inicio a uma nova era. Tem como principio a consequente desvalorização dos conceitos ideológicos dominantes na era moderna; a crise das ideologias e dos ideais que dominaram o século XX, tendo como fator eventual a queda do Muro de Berlim.

O uso do termo se tornou corrente a controvérsias quanto ao seu significado e a sua pertinência, mas os principais vestígios estão ligados ao conceito de que um ideal não pode ser dado de forma massiva a uma sociedade, gerando uma espécie de pensamento pré-fabricado usado para manipular a massa de forma mecanizada. Os maiores exemplos são o Nazismo Alemão e o Comunismo Russo. Ambos moveram a sociedades através de praticas ditatórias, toda controlada por ideais.

Alguma escola de pensamento tem-na como o fundamento do alegado esgotamento do movimento modernista, que dominou a estética e a cultura até final do século XX, substituindo, assim, a era moderna. Outros, por sua vez, afirmam que a pós-modernidade seria a extensão da modernidade, englobando-a para cobrir o desenvolvimento no mundo, onde houve a perda da aura do objeto artístico pela sua reprodução em múltiplas formas: fotografias, vídeos, etc. (Walter Benjamin).

Pós-modernidade pode significar uma resposta pessoal para uma sociedade pós-moderna, as condições na sociedade que fazem-na pós-moderna ou o estado de ser que é associado a uma sociedade pós-moderna. Em muitos contextos, poderia ser distinguido de pós-modernismo, a consciente adoção de filosofias pós-modernas ou de seus traços na arte, literatura e sociedade.

 Pós-modernidade: Franz Kafka


O papel do enigma e da obscuridade não é de modo algum o resultado sem ambiguidade de uma estratégia de escrita, mas muitas vezes parece ser intrínseco ao objeto sendo descrito. Em nenhum lugar isto é mais bem demonstrado que na discussão sobre a lei em "O Processo". A lei, que deveria iluminar o caso, ao mesmo tempo o obscurece. A lei na verdade parece se um ponto cego bem em seu cerne. Pois ela é incapaz de responder definitivamente à questão de quem está dentro e quem está fora da lei. Em princípio, a lei é incapaz de admitir seus limites; ela pretende ser toda poderosa. De fato, entretanto, sempre existem áreas fora da leia, como as áreas de diversão, horror e morte - as próprias áreas pelas quais o texto de Kafka é obcecado.

 O grotesco


O grotesco estranho é uma das representações artísticas na modernidade atravé das crises da existência humana. O absurdo do próprio “existir” é tão patente, que se transporta e personifica o horror que está escondido na alma. “A subjetividade, comotem sido compreendida no Ocidente, requer a imagem do corpo grotesco Para deixar mais clara essa definição, pode-se citar o exemplo das peças teatrais,de caráter existencialista, do escritor irlandês Samuel Beckett, em que a busca pelo sentido da vida é inútil.Em Esperando Godot (1948), umas de suas obras mais famosas, a inatividade e passividades dos personagens podem ser vistas através dos diálogos monossilábicos e da constante busca por algo que não vai acontecer para que a situação mude.Mas ,a questão é justamente o fato de “se a vida não tem sentido,nãovamos lutar para viver” esse é o lema dos personagens beckettiano . No entanto, não  podemos caracterizar as peças de Beckett como tipicamente grotesca, embora a base do grotesco modernista seja a crise da existência. A diferença essencial é que esse existêncialismo, no caso de Beckett é escancarado,no caso do grotesco os conflitos internos do individuo são camuflados por uma aparência horrorosa ou monstruosa que precisa ser decifrada.
A concepção modernista do grotesco é analisada pelo teórico e critico literário alemão Wolfgang Kayser, na sua obra intitulada O Grotesco (1957) na qual ele aborda as influências do conceito nas artes e literaturas do século XIX.

Contexto histórico


Primeira Guerra Mundial


Conflito armado que começa em 1914 como uma disputa local entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, estende-se às potências imperialistas da Europa e atinge o mundo inteiro. O estopim é o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914), herdeiro do trono austríaco, em Sarajevo (atual Bósnia-Herzegovina). A guerra termina em 1918, causando a morte de mais de 8 milhões de soldados e 6,5 milhões de civis.


Resumo Primeira Guerra Mundial


Confrontam-se dois grupos de países organizados em pactos antagônicos: a Tríplice Aliança, liderada pela Alemanha, e a Tríplice Entente, que vence a guerra, encabeçada pela França. A Europa perde sua posição na liderança planetária para os Estados Unidos (EUA), que assumem o comando das negociações mundiais e passam a ser o centro de poder do capitalismo. A reorganização do cenário político no continente europeu e as condições impostas pelo Tratado de Versalhes ao perdedor, a Alemanha, levam à II Guerra Mundial. O mundo do pós-guerra assiste também à implantação do primeiro Estado socialista, a União Soviética (URSS).
Antecedentes – O choque de interesses imperialistas das nações europeias, aliado ao espírito nacionalista emergente, é o principal motivo do conflito. No começo do século XX, a Alemanha se torna o país mais poderoso da Europa Continental após a Guerra Franco-Prussiana (1870) e a arrancada industrial propiciada pela unificação do país em 1871. A nova potência ameaça os interesses econômicos do Reino Unido e os político-militares da Rússia e da França. As diferenças entre França e Alemanha são acirradas pela disputa do Marrocos. Em 1906, ele é cedido à França por um acordo.
A anexação da Bósnia-Herzegovina pelos austríacos em 1908 causa a explosão do nacionalismo sérvio, apoiado pela Rússia. Outros enfrentamentos, dessa vez entre Sérvia e Áustria após as Guerras Balcânicas, aumentam a tensão pré-bélica. Esses conflitos de interesse levam à criação de dois sistemas rivais de alianças. Em 1879, a Alemanha firma com o Império Austro-Húngaro um acordo contra a Rússia. Três anos depois, a Itália, rival da França no Mediterrâneo, alia-se aos dois países, constituindo a Tríplice Aliança. A Tríplice Entente tem origem na Entente Cordiale, formada em 1904 pelo Reino Unido e pela França para se opor ao expansionismo germânico. Em 1907 conquista a adesão da Rússia. O mundo em guerra – Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, sucessor do Império Austro-Húngaro, e sua esposa são assassinados durante visita a Sarajevo, na Bósnia-Herzegovina, pelo estudante anarquista sérvio Gravilo Principio. Confirmada a cumplicidade de políticos da Sérvia no atentado, o governo austríaco envia em julho um ultimato ao governo sérvio. Exige, entre outras medidas, a demissão de ministros suspeitos de envolvimento com os terroristas. Como a Sérvia reluta em atender às exigências, o país é invadido pelos austríacos em 1º de agosto. O complexo sistema de alianças que impera no continente conduz outros países europeus ao conflito. A Rússia declara guerra à Áustria, e a Alemanha se junta às nações contra a Rússia. A França, ligada aos russos, mobiliza tropas contra os alemães. No dia 3 de agosto de 1914, o mundo está em guerra. Outras nações tomam parte dela em seguida: o Reino Unido alia-se à França; a Turquia, do lado dos alemães, ataca os portos russos no mar Negro; e o Japão, interessado nos domínios germânicos no Extremo Oriente, engrossa o bloco contra a Alemanha. Ao lado da Entente entram outras 24 nações, estabelecendo uma ampla coalizão, conhecida como os países Aliados. Já a Alemanha recebe a adesão do Império Turco-Otomano, rival da Rússia e da Bulgária, movida pelos interesses nos Bálcãs. A Itália, embora pertencente à Tríplice Aliança, fica neutra no início, mas troca de lado em 1915, sob promessa de receber parte dos territórios turco e austríaco. Na frente ocidental, a guerra entre França e Alemanha não tem vitoriosos até 1918. Na frente oriental, os alemães abatem o Exército da Rússia. Já fragilizado pela derrota na Guerra Russo-Japonesa, o povo russo atinge o ponto máximo de insatisfação com o conflito, o que gera condições favoráveis para a Revolução Russa. Com a derrota militar russa consumada e o risco de a Alemanha avançar pela frente oriental e atacar a França, os EUA entram na guerra e decidem o confronto. O objetivo do país na luta é preservar o equilíbrio de poder na Europa e evitar uma possível hegemonia alemã. A paz – Em julho de 1918, forças inglesas, francesas e norte-americanas lançam um ataque definitivo. A guerra está praticamente vencida. Turquia, Áustria e Bulgária rendem-se. Os bolcheviques, que com a queda do czar russo assumem o poder após dois governos provisórios, já haviam assinado a paz em separado com a Alemanha, em março, pelo Tratado de Brest-Litovsk. A fome e a saúde precária da população alemã levam o país à beira de uma revolução social. Com a renúncia do kaiser, exigida pelos EUA, um conselho provisório socialista negocia a rendição. Em 28 de junho de 1919 é assinado o Tratado de Versalhes, que põe fim à guerra.

Contexto Social

Sociedade patriarcal


Patriarcalismo tem como definição ideológica a supremacia do homem nas relações sociais.

O termo Patriarcalismo é oriundo de Patriarcado, que, por sua vez, tem origem na palavra grega pater. A primeira vez que o termo foi usado com conotação de preponderância do homem na organização social foi pelos hebreus com o propósito de qualificação do líder de uma sociedade judaica. Mas o grego helenístico também já fazia menção ao termo, pois as mulheres eram concebidas como objetos de satisfação masculina e, consequentemente, julgadas como inferiores.

É errado dizer que na história da humanidade o homem sempre foi superior às mulheres nas relações sociais, pois, na verdade, o patriarcalismo apenas inverteu a ordem de supremacia, que em muitas civilizações tinha a mulher como superior, o matriarcalismo. Antes, os homens cultuavam uma Deusa Mãe.

A lógica patriarcalista estabeleceu o poder de uma autoridade religiosa masculina sobre seus subordinados. Mas estende-se também a situações em que os homens dominam familiares, empregados ou aspectos políticos de uma organização social. Assim, as pessoas passam a dever obediência à imagem do homem dominante.

O patriarca manteve o poder, ao longo da história, sobre qualquer indivíduo na organização social de que fazia parte. Poderia ser sua mulher, seus filhos, seus súditos, seus escravos ou seu povo. Cabendo-lhe o poder de decisões cruciais de forma inquestionável no seio da sociedade. Assim, na vigência do patriarcalismo, as relações humanas são estabelecidos em patamares desiguais e hierarquizados. O patriarca representa a autoridade maior determinando as condições que justificam seu status de superioridade e o status de inferioridade dos outros indivíduos.

As raízes do patriarcalismo, como dito, estão na Grécia Antiga. O período de supremacia do patriarcado permaneceu por vários séculos. Foi a Revolução Francesa que colocou em questionamento tal forma de organização da sociedade. O movimento francês defendia os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, abrindo novas portas para os indivíduos se posicionar no mundo. O movimento revolucionário acabou com a concepção massificadora que identificava as pessoas, permitindo o respeito a singularidade de cada um na rede social. Por tais motivos, a Revolução Francesa inaugurou uma nova fase na história da humanidade ocidental, marcando o início da chamada História Contemporânea. O historiador Barrington Moore Junior a enquadra na via das revoluções burguesas que conduziram a sociedade francesa para a modernização e estabelecimento de uma democracia capitalista. O resultado repercutiu no Ocidente e influenciou diversos outros povos, incluindo o Brasil.

De todo modo, o Patriarcalismo ainda está embutido no subconsciente das sociedades. Embora as Constituições ocidentais afirmem que há igualdade entre homens e mulheres e entre todos os indivíduos da sociedade, o Patriarcalismo ainda se manifesta de alguma forma. Suas raízes germinaram no ideário humano ao longo dos séculos e ainda hoje é preciso indicar as formas e as ocasiões em que aparece o efeito do patriarcado para fazer valer o ideal de igualdade entre as pessoas.

Literatura Fantástica


Na literatura, gênero ancestral, os povos imprimiram as imagens míticas que, ao longo dos séculos, permaneceram vinculadas à fé e ao ponto de vista de cada um. As histórias mitológicas evoluíram lado a lado com a filosofia e a expressão linguística, retratando a vida das divindades, dos protagonistas heroicos e de nossos ancestrais, enfim, dos modelos que habitam os arquétipos humanos.

Aos poucos, porém, com o desenvolvimento das civilizações e do pensamento científico, o sagrado perdeu sua importância central na história da humanidade; mas foi justamente nos relatos literários que ele sobreviveu, alimentando as tradições populares, se metamorfoseando, mudando de endereço, adaptando-se a novas formas e identidades.

Desta forma surgiram as narrativas conhecidas como contos de fadas, histórias maravilhosas ou folclóricas. Na análise destas modalidades é possível encontrar os elementos míticos básicos, mesmo que, agora, eles não mais revelem sua essência sacralizada.

A expressão ‘fantástico’ provém do latim ‘phantasticus’, termo que, na verdade, procede do grego ‘phantastikós’; os dois vocábulos têm o sentido de ‘fantasia’. Pode-se então definir a literatura fantástica como a narrativa que é elaborada pelo imaginário, por uma dimensão supostamente inexistente na realidade convencional.

Isto porque a literatura, por mais que se tente alicerçá-la no mundo concreto, ela sempre alça vôo e se aproxima muito mais da imaginação e da ficção. O gênero fantástico está povoado de ingredientes improváveis, fantasiosos e atualmente desvinculados do cotidiano humano. Esta categoria narrativa está inevitavelmente associada aos acontecimentos maravilhosos, na opinião do escritor argentino Jorge Luis Borges.

Embora os mitos, histórias folclóricas e contos de fadas sejam os elementos básicos da literatura fantástica, muitos englobam nesta modalidade as narrativas góticas, os relatos de terror, a ficção científica e os enredos que contenham doses de fantasia. Ainda inclusos neste gênero estão os subgêneros denominados RPG – Role-Playing Games, jogos que envolvem encenações, nas quais cada participante interpreta um determinado papel, tendo como cenários, esferas ligadas ao mundo da imaginação.

A Literatura Fantástica revela-se no classicismo, tanto nas expressões Líricas quanto nas criações Épicas. Durante a Idade Média as concepções cristãs e pagãs se defrontam também nas canções e na poesia dos trovadores. Nesta época surgem igualmente os ‘romances viejos’, os quais derivariam para a literatura cortês e as novelas de cavalaria.

Nestas obras medievais é possível encontrar sem maiores dificuldades os famosos ingredientes do fantástico – seres heroicos, bruxos, aparições, animais fabulosos, objetos ligados à magia, criaturas elementos, conectados aos quatro elementos: as ninfas, silfos, elfos, goblins, duendes, gnomos, os quais habitam o ar, a água, a terra ou o fogo.

Literatura Absurda


Em literateratura o absurdo é uma técnica literária que consiste em introduzir elementos sem coerência em um marco lógico previsível, mas incompatível com o elemento novo. É uma característica recorrente no humor, desde Gila a Ramón Gómez de La Serna. Na literatura contemporânea destaca-se o valor existencialista que repercutiu com o chamado "Teatro do absurdo", ou a patafísica nos autores como Samuel Beckett ou Eugène Ionesco.

Biografia


 Um dos principais escritores ficcionais de língua alemã, Franz Kafka nasceu na cidade de Praga, nesta época integrante do império austro-húngaro, atualmente conhecido como República Tcheca, no dia 3 de julho de 1883, no seio de uma família de classe média judia. Sua obra – em grande parte inconclusa e póstuma - compõe, hoje, o cânon que exerce a maior influência na Literatura Ocidental.

Ele era o primogênito de Herrmann Kafka, próspero negociante judeu, e de sua companheira Löwy, depois chamada de Julie. Kafka perde dois irmãos mais novos, o que, segundo alguns experts na produção literária do escritor, determinará a presença, em seus livros, de intenso sentimento de culpa. Restam três irmãs, entre as quais Ottilie é sua preferida. Kafka cresceu em um ambiente impregnado pelas culturas judia tcheca e alemã. O escritor adotou o alemão como primeira língua, mas também falava fluentemente o tcheco.Ainda adolescente Kafka assume ser socialista e ateu, ao mesmo tempo em que integra círculos anarquistas. Posteriormente ele fará o caminho de volta, ao militar em movimentos sionistas. Em 1902, ele trava amizade com Max Brod, que se tornará um de seus melhores amigos, e a quem, em 1922, ele confiará o desejo de ver toda sua obra destruída depois de sua morte.Ele estuda Direito em Praga e se gradua em 1906. Se, por um lado, já se devota à Literatura, por outro é obrigado a trabalhar em seguradoras para sobreviver. Mas, em 1917, tem que abandonar o emprego, por conta de uma séria crise de tuberculose. Outro evento que marca sua obra é sua iniciação sexual, em 1903, quando ele tinha vinte anos, o que lhe provocará falta de segurança constante. Suas relações afetivas foram sempre tumultuadas e inconstantes. Durante três vezes, entre 1914 e 1924, ele se encontra próximo do matrimônio, mas volta atrás. Assim, o escritor é na verdade um solitário, uma pessoa indecisa e vacilante, que não conheceu com sua obra a fama, nem a riqueza.

Neste mesmo período ele decide visitar um sanatório, sem saber que passará seus últimos dias em uma instituição semelhante a esta – chamada Kierling -, perto de Viena, na qual ele se interna por conta da tuberculose, embora oficialmente a causa de sua morte seja uma insuficiência cardíaca. Ele morre em Klosterneuburg, no dia 3 de junho de 1924.

Em sua obra é sempre presente o embate entre os protagonistas e a influência institucional, que revela a incapacidade humana e a sua instabilidade. Ela representa também seres angustiados, mergulhados em um universo aterrador, frio e burocrático. Seus principais livros, em grande parte publicada depois de sua morte, graças ao empenho de seu amigo Max Brod em recuperar seu legado.

 A Metamorfose (1916); O Castelo (1926); O Processo (1925), entre outros.

Kafka participou da Escola de Praga, movimento voltado para uma elaboração literária realista,uma certa tendência metafísica e um meio-termo entre o bom senso movido pela razão e um intenso toque sarcástico. Ela também se caracteriza pela crueldade e pelo estilo meticuloso com o qual narra eventos nada comuns, como os representados em O Processo, no qual o protagonista é aprisionado, julgado e morto, mesmo sendo inocente. Kafka também produziu diversos contos e a cativante Carta ao Pai, de 1919, somados a páginas inumeráveis de diários. A ficção Amerika ficou inconclusa.

Características Psicológicas dos Personagens



Gregor Samsa:
Pai: doente, envelhecido,
Mãe: doente, asmática, abatida, incapaz e dependente.
Irmã:





Resumo


Gregor Samsa é um caixeiro-viajante que se sente sobrecarregado pela profissão e desmotivado pelo dia a dia cansativo das atividades laborais que cumpre rigorosamente, sente-se reduzido a um inseto. Mantém-se no emprego para pagar as dívidas dos pais, sentindo-se oprimido pelo trabalho e pela família.

O trabalho o toma mentalmente e está acima de suas próprias condições humanas. Grete Samsa é a irmã de Gregor Samsa, o caixeiro-viajante, que numa determinada manhã acorda com dores no corpo, sentindo-se impossibilitado a cumprir a sua rotina de trabalho, mesmo pressionado pela família e pelo gerente da firma à porta de seu quarto, não encontrava forças para se colocar de pé e pronto à encarar as pessoas e as obrigações do trabalho.

Na descrição do texto, Gregor sofre uma metamorfose, tornando-se num inseto incapacitado para o trabalho e atividades humanas. Perante o seu estado, houve estranhamento e repulsa por parte da família e do gerente da firma. Grete, a sua irmã, apesar de ter soluçado quando Gregor encontrava-se abatido e trancado no quarto, estava ausente na missão de trazer um médico que o socorresse e, sua ausência, fazia falta a Gregor no momento em que ele necessitava se justificar ao gerente.

Gregor, devido a seu estado, torna-se num estorvo assustador na casa. Horas depois, Gregor é isolado e trancado em seu quarto, a vinda do médico é dispensada. Gregor passa a ser tratado com distanciamento e certo nível de desprezo. Grete Samsa, inicialmente, presta uma atenção distanciada do irmão, devido ao seu espanto e temor  deixa restos de alimentos da família no quarto do irmão e, pouco a pouco, investiga o que lhe agrada como inseto.

A irmã era responsável por mantê-lo alimentado, ela suspirava, invocava aos santos, percebia o que ele realmente comia, mas com o pesar que recai sobre toda a família (mãe, pai e irmã).

Gregor, mesmo tendo assumido as despesas do lar como caixeiro-viajante, passou a ser oprimido a manter as obrigações da casa. Gregor, agora era um inseto, e sentia a perda do afeto dos pais em relação a ele, o mesmo afeto se perdia em relação a irmã. Grete Samsa cuida do irmão de maneira distante, sem buscar uma real solução, pois não suportava vê-lo num corpo de inseto, para não escandalizá-la Gregor se refugiava sob o canapé para não ser visto por ela e por ninguém.

A irmã havia resolvido retirar todos os móveis do quarto de Gregor, para que ele tivesse todo o espaço que um inseto necessita ter, a mãe discordou decidindo manter os móveis na esperança que Gregor, um dia, retornasse à condição humana. Grete insistiu e retirou o armário, deixando as paredes livres. Gregor circularia livremente pelas paredes do quarto, intimidando a entrada de todos em seus aposentos. A sua irmã, se dirigia ao cômodo mais para cumprir tarefas de “manutenção” do que prestar algum tipo de afeto ou atitude em favor de seu irmão.

Pouco a pouco, Gregor passou a se sentir maltratado e a família passou a se virar financeiramente para cobrir as faltas da renda de Gregor, um inseto desempregado. Gregor sente a rejeição da irmã que, antes de sair para trabalhar, deixava em seu quarto qualquer alimento às pressas. Gregor ao incomodar os inquilinos da casa (a família tentava manter na casa uma pensão para conseguir uma renda complementar), torna-se alvo da expulsão por parte da própria irmã, nas palavras de Grete Samsa conclui-se o seu desprezo pelo irmão: “É preciso que isso vá para fora”. No fim, Gregor, um inseto muito ferido e isolado, morre sem gerar compadecimentos profundos na casa, todos passam a pensar em seus empregos e em suas próprias vidas.

Interpretação da Obra


A condição humana oprimida e alienada pela sociedade moderna é o tema central de “A Metamorfose”, escrito em 1912. Franz Kafka tinha 29 anos e não gostou do resultado. Porém, 90 anos depois de ter sido escrito — e publicada pela primeira vez em 1915 — é uma das mais conhecidas do escritor checo.

O livro “A Metamorfose” não podia começar de maneira mais crua e estranha: “Certa manhã, ao acordar de sonhos inquietos, Gregor Samsa viu-se transformado num gigantesco inseto.” Franz Kafka introduz assim a história de Gregor Samsa, um incansável caixeiro-viajante que sustenta os pais e a irmã, que se entregam descaradamente à ociosidade.

Parasitado pela família até àquela manhã em que ao acordar, já atrasado para o trabalho, viu uma carapaça dura, uma barriga castanha abaulada e muitas pernas magrinhas, Gregor Samsa é quem parasitará a família a partir daí. Mas esta obra conta mais do que a história de um homem que acordou inseto: fala de como o ser humano pode viver alienado pelo trabalho, o dever familiar ou pela autoridade do pai e alerta para os comportamentos humanos. Ao mesmo tempo, reflete alguns aspectos da vida do autor.

Sempre foi muito marcado figura dominadora do pai, um próspero comerciante judeu a quem só interessava o sucesso material e a ascensão social, não vendo com bons olhos a atividade literária do filho. Por isso, nas obras de Kafka, que não conseguia impor-se à autoridade paterna e permaneceu dependente do meio familiar, a figura do pai aparece muitas vezes associada à opressão, como aliás transparece em “A Metamorfose”.Um acontecimento tão insólito como seja a transformação de um homem em inseto é relatado de forma tão realista, apesar de impossível, que o leitor aceita-o como factual e é forçado a procurar sentidos mais profundos. O que causou então a metamorfose do caixeiro- viajante, que o levou a perder a figura humana e a ficar com a voz roufenha de animal, a gostar de comida apodrecida, a rastejar pelas paredes e pelo teto e a ver cada vez menos? Desengane-se o leitor se está à espera de encontrar uma resposta explícita, o que está lá é uma metáfora de muitas coisas.

Uma metáfora de como o ser humano pode viver alienado da realidade, em tempos de pessimismo e desorientação, pois dois anos depois da escrita deste conto rebentou a I Guerra Mundial. Tão alienado pode estar-se que Gregor Samsa não se apercebeu logo de todas as transformações do seu corpo, ainda pensou tratar-se de uma tolice e procurou dormir mais um pouco.

Ou uma metáfora de como a economia afeta as relações humanas e pode ser-se oprimido por um patrão desconfiado, que mandou o gerente a casa do caixeiro- viajante para averiguar por que não foi trabalhar, apesar de em cinco anos de serviço nunca ter estado doente uma única vez. Gregor Samsa é um escravo da sua família, porque é o único a ganhar dinheiro, todos vivem à sua custa. Só tem valor enquanto fonte de rendimento familiar e meio de pagamento das dívidas do pai ao seu chefe. Ainda por cima,  sentia culpa pó não poder mais trabalhar e por não poder trabalhar.

“Se não fosse pelos meus pais, já há muito que teria pedido a demissão; ia ter com o meu chefe e dizia-lhe tudo o que me vai na alma. Havia de cair da secretária! Também não deixa de ser estranha essa sua mania de se sentar na secretária e falar lá do alto com o empregado que, ainda por cima, tem de chegar muito perto dele, por causa da surdez. Bom, ainda não perdi completamente a esperança; logo que tiver o dinheiro necessário para lhe pagar a dívida dos meus pais — serão mais uns cinco ou seis anos — , é o que farei. Será então o grande corte.”

Ou a metáfora da hipocrisia da família: quando a metamorfose impediu o caixeiro-viajante de ir trabalhar, e passou a ser o parasita de quem o parasitava, trataram-no com desprezo e abandonaram-no. A princípio, a irmã, a única a preocupar-se com ele, ainda lhe levava a comida de que ele gostava e limpava o quarto.

Mas quando todos começaram a trabalhar, para se sustentarem, isso mudou. O quarto acabou por ficar cheio de novelos de pó e de lixo, e não tardou muito a ficarem agarrados às costas e aos flancos de Gregor fios de cabelos e restos de comida. “Sem se deter a pensar no que poderia agradar mais a Gregor, a irmã agora, antes de ir para a loja, de manhã e à hora de almoço, empurrava à pressa, com a ponta do pé, qualquer coisa comestível para dentro do quarto, e à noite, ao regressar, varria-a com duas vassouradas, indiferente ao fato de Gregor mal ter tocado na comida ou ter deixado ficar quase tudo — o que era o mais frequente.”

Até a irmã de Gregor, Grete, o único membro da família de quem se sentia mais próximo — à semelhança do que acontecia com Kafka em relação a uma das suas três irmãs, Ottla — acabou por traí-lo. Foi Grete quem disse: “Não quero pronunciar o nome do meu irmão em frente deste monstro, e por isso digo apenas: temos de tentar livrar-nos dele. Fizemos tudo o que é humanamente possível, cuidamos dele, aturamos-. Acho que ninguém nos pode acusar seja do que for.” Disse ainda aos pais: “Ele ainda dá cabo de vocês, está-se mesmo a ver. Quando se tem de trabalhar tanto como nós, não se pode, ainda por cima, aturar este constante tormento em casa. Eu também já não aguento mais.”

Kafka não gostava nada de leituras biográficas de “A Metamorfose”. Mas a relação conflituosa com o pai acaba por transparecer neste conto, em particular na passagem em que o senhor Samsa bombardeia Gregor com maças, até uma se lhe cravar em cheio no dorso. Feriu-o gravemente, e ficou lá a apodrecer e a infectá-lo. “(...) Desde o primeiro dia da sua nova vida, sabia bem que do pai só havia a esperar a máxima severidade”, escreveu.

O fato é que as tensões entre pai e filho estão presentes em três contos escritos por Kafka entre 1911 e 1912: “A Sentença” e “O Fogueiro”, além de “A Metamorfose”. Na altura em que escreveu “A Metamorfose”, nem a mãe nem a irmã preferida de Kafka contrabalançavam a intolerância e ira paternas. A família insistia para que passasse mais tempo no emprego.

A metamorfose em inseto foi uma forma de libertação do trabalho, mas Gregor Samsa não consegue ser livre ou fazer o tal grande corte: a família manteve-o aferrolhado no quarto, isolado do mundo. Porém, permaneceu humano até quase à morte, que foi a única forma de libertação: nesse limiar entre o humano e o inseto, permaneceu lúcido e até apreciava música, patente quando a irmã tocou violino para uns hóspedes. “Seria ele um animal, se a música o prendia assim tanto?”, questionou-se.


Critica ao Capitalismo e as Aparências


O problema e desconforto gerado pelo protagonista para a família se resolvem quando a barata morre. A partir de uma abordagem sociológica, a sensação de alívio da família com a morte de Samsa faz questionar sobre como os interesses pautam a convivência. Como o peso carregado pelo pai, a mãe e a irmã mais nova, que dependiam do dinheiro de Samsa para o próprio sustento, só acabam com o fim do inseto, cria-se a impressão de que ele só era bem quisto quando garantia um retorno prático, quando não estava impossibilitado de trabalhar e repassava a própria remuneração a eles.

Na medida em que não pode mais produzir renda, não serve para mais nada. Não é uma mera alusão à sociedade capitalista. Trata-se de uma forma – cruel, mas talvez verdadeira – de retratar a frieza e falta de escrúpulos do ser humano diante de situações de conflito. Quando a família passa a trabalhar e não depender mais dele, os problemas se resolvem. E ela faz questão de se livrar dele. A impotência de Samsa perante ações que antes lhe eram rotineiras como sair da cama ou caminhar, faz uma alusão às fraquezas humanas diante de pressões sociais. Denuncia como a sociedade restringe o valor do ser humano ao que produz e às aparências.



 Ambas as obras tem como referência a literatura absurda e fantástica. Em Alice no  Pais das Maravilhas, o autor usa da fantasia e do absurdo para contar a historia do conflito de uma menina que esta passando pela adolescência , o autor faz uso de metáforas para contar a  história.
Em Ensaio sobre a Cegueira do autor Saramago. Além da forma como o autor “escreve o livro já ser um absurdo” pela forma que este o escrever sem sinais ortográficos, também faz uso de metáforas e do absurdo para contar a historia de uma sociedade corrompida por falsos valores.                  

 Presentificação


A intenção é mostrar o poder que a sociedades tem sobre nós, mesmo que indiretamente, os absurdos da vida real á nossa alienação sobre os acontecimentos do cotidiano a forma como nos comportamos, ou melhor, como deixamos de nos comportar, não nos questionamos sobre os acontecimentos. Usamos do mesmo artifício de Gregor “fugimos da realidade”.


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